Os alunos do Curso Humanístico de Artes Visuais foram a uma visita de estudo no âmbito de Área de Projecto à Cordoaria Nacional de Lisboa.
Com o título VIVA A REPÚBLICA a exposição pretende reproduzir os factos político-sociais mais marcantes da nossa história. Está metódica e cronologicamente dividida em vários núcleos, encetando com um ambiente pesado e asfixiante, alegórico à ditadura de Franco passando para a revolução da república e pela Primeira Guerra Mundial. Em suma, esta exposição evoca os acontecimentos democráticos e culturais deixados pelos nossos antecessores numa luta contra um regime arcaico e injusto.
De todas as instalações examinadas a que mais me inspirou foi a sala da Revolução pertencente ao núcleo 01. Trata-se de um espaço físico de grandes dimensões que solicita os visitantes a participar de forma interactiva. Esta sala abrange de várias formas a transição e instauração de um novo regime democrático. Conta a história dos corajosos militares da Marinha e do Exército que iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa.
Ao entrar no espaço expositivo deparamo-nos imediatamente com uma fachada visualmente estimulante, devido ao uso hiperbólico do vermelho. Para complementar o efeito gráfico é-nos apresentada a frase “REVOLUÇÃO DE 5 DE OUTUBRO DE 1985” e “A Revolução saiu à Rua” a gigantes letras maiúsculas. Por baixo dessa faixa vermelha, encontram-se uma série de pequenos textos, anúncios, notícias e imagens que se referem à tomada ao poder na madrugada do dia 5 de Outubro de 1910.
Numa progressiva observação do espaço encontramos elementos audiovisuais e multimédia. Através de um projector são-nos dadas a conhecer uma sucessão de antiquadas fotografias a preto e branco, de homens e mulheres reunidos para combater as forças armadas. Para assistirmos convenientemente confortáveis à projecção dessas imagens, existe um banco em forma de meia-lua. Entre o ecrã e esse assento comprido e confortável, está um símbolo gigante pintado no chão. É uma estrela alegórica à nossa república: as cores que mais se evidenciam são o vermelho e o verde, que simbolizam a coragem e o sangue dos portugueses mortos em combate e a esperança respectivamente. A esfera armilar Representa a época dos descobrimentos; os sete castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros. As cinco quinas simbolizam os cinco reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques na batalha de Ourique e os cinco pontos brancos dentro de cada quina representam as chagas de Cristo. À volta de esfera armilar encontra-se uma facha circular branca com o lead “5 d’ Outubro de 1910”.
Também nos é oferecida a oportunidade de participar num jogo de computador interactivo, obviamente relacionado com o conteúdo do núcleo expositivo.
Se olharmos para baixo vamos deparar-nos com o mapa de Lisboa a cobrir quase todo o revestimento do chão. As ruas principais que marcaram o conflito estão assinaladas com um número e iluminadas por um intenso foco de luz. Esses números estão directamente interligados por uma linha preta, que os une aos acontecimentos, informando-nos em simultâneo do ocorrido no seu devido tempo e espaço.