Parte do novo investimento foi justificado pelo período de grande transformação que o mundo está a atravessar como consequência da pandemia. “A cibersegurança está a tornar-se mais importante do que nunca. Nas notícias vimos um aumento de ciberataques a infraestruturas críticas. Estes ataques afetaram as vidas de milhões de pessoas em todo o mundo”, justificou Ken Hu, presidente rotativo do conselho de administração da Huawei.
Mas a inauguração do novo centro também faz parte da estratégia de recuperação de confiança do mercado, que a Huawei tem vindo a operar sobretudo desde meados de 2018, depois de a empresa ter sido colocada na lista ‘negra’ dos EUA para o comércio.
E apesar de já não ser um tema tão mediático, o CEO da Huawei voltou a enviar um recado para os EUA, que, apesar da mudança na presidência do país, mantém o bloqueio à tecnológica chinesa. “Em alguns países ainda há a concepção de que os países de origem afetam a segurança dos equipamentos. Isto não é verdade. Isto não permite uma abordagem unificada. Na Huawei, a cibersegurança é a nossa prioridade. Partilhamos esta responsabilidade com os nossos clientes para garantir que os equipamentos são seguros. Estamos orgulhosos daquilo que atingimos”, acrescentou Ken Hu.
Durante a apresentação, foi revelado que a Huawei é alvo de milhões de tentativas de ataques informáticos todos os dias, mas que ainda assim a empresa tem mantido bons registos e resultados no capítulo da segurança informática. “A nossa ideia é que tanto a confiança como a desconfiança devem ser baseadas em factos, não em rumores sem base e em especulação. A verificação tem de ser baseada em standards técnicos”, defendeu o chairman.
Além de funcionar como mais um centro de segurança para produtos da Huawei, a empresa volta a apostar numa estratégia de abertura e colaboração, estando o centro disponível para que outras empresas também possam fazer os seus testes de segurança. Além desta nova aposta, a Huawei tem igualmente centros de segurança e transparência nos EUA, Europa e Médio Oriente.
A tecnológica chinesa partilhou ainda um estudo no qual revela como funciona o seu sistema de garantia de segurança de produtos e que, na prática, é composto por 12 requisitos: desde o cumprimento das leis e regulações nos diferentes mercados, à verificação de melhores práticas em empresas parceiras, rastreabilidade de componentes em produtos, planos de resolução de incidentes de segurança e auditorias independentes, entre outros.