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segunda-feira, 9 de maio de 2022

Uso de Inteligência Artificial nos órgãos federais ainda é incipiente, aponta TCU

Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que mais de um terço (38%) das organizações federais estão no nível zero de maturidade em Inteligência Artificial, ou seja, não utilizam e sequer planejam utilizar essa tecnologia exponencial. O documento também diz que um outro terço dos órgãos, aproximadamente 33,5%, encontram-se no nível 1. Isso significa que já estão tendo conversas internas sobre a inteligência artificial, mas de modo ainda especulativo.

O relatório foi produzido pelo ministro Aroldo Cedraz e tem como objetivo avaliar o estágio atual e perspectivas de utilização de Inteligência Artificial (IA) na administração pública federal, com o propósito de identificar os riscos associados, conhecer os impactos para o controle e avaliar a proposta da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA).

Cerca de três em cada dez instituições do governo federal, 28,5%, se localizam nos níveis 2, 3 ou 4 de maturidade em IA. Sendo a maior parte delas, 17,1% do total, na fase de experimentação, com provas de conceito elaboradas ou já em fase piloto. Em torno de 8% das organizações federais estão na fase de estabilização, com os primeiros projetos de IA em produção. Apenas 3,4% do total já está no nível 4, expandindo para novos projetos de IA.

Segundo o TCU, o levantamento atual revelou lacunas que podem comprometer o alcance dos objetivos das organizações federais. Foi verificado o problema da ausência de objetivos específicos, realistas e mensuráveis de IA na administração pública federal. A fiscalização do Tribunal apontou ainda a falta de uma referência inicial para avaliar os resultados no âmbito federal. Além disso, foram encontradas falhas no modelo de vinculação lógica entre problemas, ações e resultados das soluções em inteligência artificial.

"Análises semânticas de textos com base em algoritmos inteligentes e modernos poderiam alavancar avanços na área processual. Além disso, muitas decisões são repetitivas. São dezenas, centenas e até milhares de vezes que decidimos questões repetidas usando a boa, demorada e cara inteligência natural", comentou o ministro Aroldo Cedraz.

Acompanhamento

Diante desse quadro, o TCU decidiu que vai continuar acompanhando o nível de maturidade em inteligência artificial das instituições federais. Para tanto, a Corte de Contas vai desenvolver um sistema referencial de auditoria próprio para fiscalizar a IA.

O Tribunal também vai avaliar a implementação da EBIA e editar um guia com parâmetros e riscos para auxiliar gestores públicos na contratação ou desenvolvimento de soluções de inteligência artificial. A unidade técnica do TCU responsável pela instrução do processo foi a Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (Sefti).


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