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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Inteligência Artificial criada em Portugal está pronta para ajudar a identificar objetos astronómicos

A distâncias quase inimagináveis, às vezes é muito complicado distinguir entre estrelas, galáxias, quasares, supernovas ou nebulosas. Com o software de inteligência artificial SHEEP vai ficar mais fácil.


Catalogar objetos astronómicos é uma tarefa deveras desafiante, devido à quantidade de objetos e à complexidade do Universo, mas a inteligência artificial está a revelar-se uma ferramenta muito promissora para a resolução deste problema.

Assim pensam os investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço Pedro Cunha e Andrew Humphrey que criaram o SHEEP, um algoritmo de inteligência artificial (machine learning) que identifica a natureza dos astros.

O SHEEP é uma pipeline de inteligência artificial supervisionada, que estima desvios para o vermelho fotométricos e que mais tarde usa esta informação para classificar objetos astronómicos como galáxias, quasares ou estrelas.

“A informação fotométrica é a mais fácil de obter e por isso é muito importante numa primeira análise à natureza dos objetos observados”, refere Pedro Cunha, aluno de doutoramento no IA e no Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o primeiro autor do artigo agora publicado na revista Astonomy & Astrophysics.

Uma das novidades do processo é que, antes de iniciar a classificação, o SHEEP primeiro estima desvios para o vermelho fotométricos, informação que é adicionada aos dados, como uma característica adicional para a aprendizagem do modelo de classificação, explica o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço em comunicado.

A equipa descobriu que, ao incluir estes dados junto com as coordenadas (ascensão reta e declinação) dos objetos, a inteligência artificial era capaz de percecionar o Universo em 3D e usar esse conhecimento, em paralelo com informação de cor, para fazer estimativas mais precisas das propriedades dos objetos. Por exemplo, o algoritmo aprendeu que há uma maior probabilidade de encontrar estrelas mais perto do plano da Via Láctea do que nos polos galácticos.




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