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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Os videojogos estimulam a criatividade e a atenção dos miúdos

A prática saudável do passatempo pode também contribuir para uma melhoria da autoestima, diz a psicóloga Rute Agulhas.
Parece que os adultos deste mundo, que mal veem um qualquer miúdo com uma consola de videojogos na mão começam logo a debitar os seus malefícios, têm estado enganados todo este tempo. Uma investigação recentemente publicada num jornal da American Psychological Association (APA), revela que nem tudo o que se relaciona com este universo é negativo.

Através de estudos comportamentais e de imagiologia cerebral, os investigadores concluíram que a prática frequente desta atividade por adolescentes e jovens adultos pode ser benéfica para o desenvolvimento de funções cognitivas e cerebrais. Estes eram, por exemplo, “mais capazes de alternar entre tarefas visuais, dividir atenção entre diferentes objetos em movimento e recordar a localização de objetos escondidos” do que aqueles que não jogam, nota o “The Wall Street Journal”.

Em entrevista à NiT, a psicóloga Rute Agulhas foi de encontro às descobertas referidas pelo artigo. “Quando utilizados de forma responsável e saudável, os benefícios dos videojogos podem ser muito diversos, na medida em que estimulam o cérebro, aumentando a sua plasticidade, a aprendizagem, a atenção e a concentração. Ao jogar, os mais novos também melhoram a capacidade de reação, a criatividade e os processos de tomada de decisão e de resolução de problemas, ao mesmo tempo que treinam a coordenação cérebro-olho-mão”, começa por explicar.

A profissional, que neste ano publicou o livro “Miúdos & Ecrãs — Guia Prático de Sobrevivência para Pais”, no qual aborda o assunto, sublinha, igualmente, o importante contributo deste passatempo para a socialização. Os desafios multijogador “potenciam o estabelecimento de relações sociais e minimizam a solidão ou a exclusão social. O miúdo ou jovem sente-se conectado, integrado e parte de um todo, trabalha em equipa e aprende a cooperar, o que fortalece os laços afetivos”, esclarece.

Treinar a autonomia e o controlo, enquanto se aprende e recebe recompensas, são outras possibilidades proporcionadas pela brincadeira. O ambiente que a envolve, permite ainda “um processo de aprendizagem com menos críticas e juízos de valor”, o que promove “uma sensação de independência que é especialmente valorizada pelos jovens”.

Já “o desejo de competência, que os jogos tão bem exploram através da evolução para níveis de maior dificuldade”, oferece “uma sensação de progresso e mestria” que ajuda o jogador “a sentir-se reconhecido e validado perante os seus pares”, melhorando, assim, a sua autoestima”, conclui Rute Agulhas. 


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