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segunda-feira, 28 de maio de 2018

World Press Photo 2018



World Press Photo 2018 - A Experiência

No passado dia 04 do mês de Maio desloquei-me a Xabregas, ao Hub criativo do Beato, para ver a exposição do World Press Photo 2018 que desde o seu nascimento em 1955 se tornou um dos mais prestigiados concursos  no campo da fotografia e que em cada edição leva a cabo a missão de recolha e exposição das mais diferentes histórias, contadas através de imagens.

O local em que a exposição tomou lugar contribuiu em muito para a sua intensidade, uma divisão aberta com muita luz tetos altos que permitiu uma dinâmica fluida em que o visitante podia andar à vontade e percorrer o espaço livremente. Por outro lado a organização de alguns painéis dava uma sensação um pouco labiríntica e era preciso ter atenção para ter a certeza que não se deixava nenhuma obra para trás.

Um dos maiores objetivos da exposição é, através de composições muito fortes, impactantes e até chocantes, fazer o espectador parar e refletir, trazendo luz a assuntos importantes que por nós são esquecidos ou mesmo desconhecidos. 

Pessoalmente senti-me extremamente emocionada durante toda a visita, mas houve uma obra que me tocou especialmente, da série “The Battle for Mosul”,  um trabalho de Ivor Prickett. 

Ivor é um fotógrafo irlandês cujos últimos trabalhos têm sido direcionados à luta contra a ISIS na Síria e no Iraque, para o conjunto de fotografias da série “A batalha por Mosul” o artista passou vários meses no terreno mas entre os anos de 2012 e 2015 viajou por mais de 10 países, sempre interessado em captar os resultados desastrosos da guerra e as suas consequências para as pessoas. O trabalho de Ivor foi reconhecido através de vários prêmios como o POYI, Foam Talent, The Taylor Wessing Portrait Prize e The Ian Parry Scholarship.

A obra que referi anteriormente mostra-nos a imagem duma mulher no bairro de Jidideh, a oeste de Mossul, a gritar após um ataque ter morto seu filho. Em primeiro plano aparece a mulher, esta mãe, cercada pelo sangue do seu próprio filho, conseguimos ver perfeitamente o sofrimento na sua expressão, conseguimos sentir o horror do que ela está a passar, todos os aspetos da obra se conjugam de forma perfeita, desde as cores à organização da composição, para transmitir essas emoções.

A perda de um filho é sem dúvida uma das coisas mais difíceis que alguém tem de ultrapassar, nestas circunstâncias, com toda a violência e agonia à mistura a dor deve ser incomparável, mas infelizmente é uma realidade para muitos pais que vivem em condições tão perigosas que perder os seus filhos é um risco eminente.

A razão pela qual decidi destacar esta composição foi pelo choque que me causou e pela forma profunda que me emocionou. Penso que foi nesse momento que me apercebi que aquilo para que estava a olhar não eram apenas fotografias, expostas numa sala para o público ver, mas sim pessoas, eu estava a entrar na vida de pessoas reais, que existem por este mundo fora, bem diferentes de mim e eu estava a ler e a ver as suas histórias, conhecendo-as. 




The Battle for Mosul




Painel com conjunto de fotografias da série 








Local da exposição - Hub criativo do Beato

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