Primeiramente, o que é uma Blockchain? Esta é uma técnica que foi inicialmente descrevida em 1991, porém, tem ganho extrema relevância recentemente devido principalmente às criptomoedas como a Bitcoin. Esta técnica consiste numa corrente de blocos que transporta informação de uma maneira muito particular e interessante. Cada bloco possui três informações: o conteúdo (data) que no exemplo das criptomoedas indica o montante transferido e as carteiras envolvidas (de quem para quem); a hash, que funciona como uma impressão digital, que sendo assim é um número único para cada bloco, gerado aleatoriamente, usado para o identificar e que se altera sempre que o conteúdo do bloco é alterado; a hash do bloco anterior.
O facto de cada bloco ter a hash so anterior é o que cria a cadeia de blocos. Por sua vez o facto de a hash de cada bloco ser alterada sempre que o conteúdo do bloco também o é, torna esta cadeia extremamente segura. Por exemplo, se tivermos uma cadeia com 3 blocos e o conteúdo do 2º bloco for alterado, o seu hash não irá corresponder ao que está presente no 3º bloco, sendo assim detetada uma falha e inviabilizando a cadeia dali para a frente.
Mas talvez esteja a pensar porque não mudar todos os blocos. Assim não existiria maneira de provar que ouve uma manipulação, certo? Felizmente esta técnica possui algo que se chama prof of work, que é um mecanismo que atrasa a criação de novos blocos (no caso das bitcoins demora cerca de 10 minutos a ser aceite um novo bloco à cadeia).
Para além disto a Blockchain usa algo que se chama peer to peer network, consistindo numa rede aberta em que qualquer pessoa pode participar. Sempre que é criado um novo bloco, este é enviado para todos os integrantes da rede que verificam o bloco de modo a perceber se não foi adulterado. Caso esteja tudo correto, este é adicionado à cadeia. É importante referir que para que um bloco seja aceite, a maioria dos integrantes da rede têm que identificar o novo bloco como válido.
Como é possível entender, esta técnica é extremamente eficaz em impedir a alteração de informação. Ora, isto é algo de extrema importância para a IoT que sendo completamente baseada na partilha de informação entre dispositivos pela internet, precisa garantir que a informação que chega e que é enviada não é acedida e alterado pelo caminho por hackers.
Para além disso, a IoT é na sua grande maioria centralizada numa Cloud, caso esta seja exposta, todos os dispositivos integrantes da mesma ficam extremamente vulneráveis. A Blockchain por sua vez é uma técnica que utiliza a descentralização, sendo cada dispositivo individualmente responsável pela aferição e gestão da informação da rede. Isto não é só uma vantagem de segurança, mas também uma vantagem monetária, visto que os custos de manter uma Cloud são elevados, caso esta não seja necessário, o custo dos dispositivos IoT poderá descer exponencialmente, ajudando na sua popularização.
Como é evidente isto não é apenas um conto de fadas, também existem obstáculos. Primeiramente, ainda há muito para descobrir sobre a Blockchain, sendo uma técnica ainda muito "tenra". O maior problema é mesmo falta de consenso em relação ou setor de pouca energia sem fios WLAN.
Para terminar, quero apenas deixar um bónus. O laboratório de IoT da Bosch está neste momento a trabalhar num protótipo de um sensor que regista a quilometragem de um veículo e a envia permanentemente para uma blockchain através da internet de modo a combater a recorrente diminuição dos valores de quilometragem de um carro, de modo a aumentar o seu valor comercial.
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- Printscreens de um vídeo
- consultado no dia 10/11/2019
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