“Ao desenvolver nosso exoesqueleto, partimos do princípio de que ele precisaria ser leve e robusto ao mesmo tempo, sendo capaz de prever as intenções do usuário para reduzir o esforço necessário durante sua utilização no dia a dia”, explica o professor de robótica Jun-ichiro Furukawa, autor principal do estudo.
Leve e inteligente
O exoesqueleto é composto por uma estrutura leve de fibra de carbono e uma articulação altamente retrátil acionada por meio de um músculo artificial pneumático. Com esse sistema, o dispositivo robótico não interfere nos movimentos do usuário quando o atuador não é acionado.
Para que o equipamento conseguisse prever os movimentos do usuário, os cientistas recorreram a um programa de inteligência artificial (IA). Eles usaram um método conhecido como “positivo e não rotulado” para fazer com que o exoesqueleto aprendesse a ler corretamente as intenções do paciente, com base em suas atividades musculares.
“Esse método de classificação permite o uso de dados ambíguos, combinando informações rotuladas positivamente, que a máquina sabe que estão corretas, com outros dados não rotulados que podem ser positivos ou negativos, permitindo que a inteligência artificial aprenda a identificar o que está por vir”, acrescenta Furukawa.
Testes promissores
Para testar a eficácia do dispositivo, os voluntários realizaram movimentos como levantar, abaixar, cruzar as pernas ou inclinar para frente e para trás por repetidas vezes. O exoesqueleto então usou aprendizagem de máquina para adivinhar quando eles estavam realmente tentando se movimentar, fornecendo a assistência mais adequada.
Segundos os cientistas, os resultados obtidos durante os testes foram muito melhores em comparação com sistemas robóticos convencionais, que usam apenas informações rotuladas para prever a realização de movimentos, levando em consideração somente o comportamento do usuário previamente carregado em sua base de dados.
“O elemento-chave de nossa pesquisa é que, ao controlar um robô para auxiliar o movimento humano, é importante desenvolvê-lo com base na suposição de que as pessoas se comportarão de maneiras diferentes, que não estão previstas nos dados de aprendizagem, para que o exoesqueleto se adapte a qualquer tipo de situação ou ambiente”, encerra o professor Jun Morimoto, coautor do estudo.
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