Investigadores colocam solução de Inteligência Artificial a estudar o passado, restaurando fragmentos de textos antigos que estão incompletos. Máquina consegue um desempenho muito superior ao dos humanos nesta tarefa
A Deep Mind treinou um algoritmo de Inteligência Artificial para prever quais os caracteres em falta em pedaços de textos antigos que foram preservados até à atualidade. A solução consegue completar a tarefa com bastante precisão e pode ser uma ferramenta essencial no entendimento de artefactos e textos ancestrais. A tecnologia já estava a ser usada mais como uma visão de futuro – com a resolução de problemas complexos associados à fusão nuclear e ao mapeamento integral de proteínas –, mas é agora colocada à prova com o estudo do passado.
Os cientistas têm colocado a IA a ler e a decifrar textos antigos, completando as partes em falta. O projeto é conduzido em parceria com historiadores e investigadores em Itália, Inglaterra e na Grécia. O treino do sistema incluiu o maior repositório digital de inscrições gregas, com caracteres individuais e palavras completas, com o Ithaca (nome dado ao sistema) a conseguir restaurar textos antigos incompletos com uma precisão de 62%, a identificar a localização correta em 71% e a datar os textos com uma margem de erro de aproximadamente 30 anos, noticia o New Atlas.
O sistema de IA produz várias hipóteses para completar o texto inacabado e os historiadores podem então escolher a que consideram ser mais pertinente. No que toca a localização e datas, o Ithaca devolve as regiões e anos por ordem de probabilidade e os cientistas acabam por escolher as que se encaixam melhor.
O trabalho manual de restauração era feito com uma precisão de 25% e com o Ithaca sobe para os 72. O objetivo das equipas é continuar a melhorar o trabalho e a cooperação entre humanos e máquinas para se conseguir compreender melhor as civilizações do passado.
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