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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Novo medicamento promete revolucionar tratamento para HIV

Pesquisadores da Califórnia, Estados Unidos, deram mais um passo no tratamento do HIV. Novos resultados de estudo mostraram que é possível eliminar totalmente o vírus do corpo de pacientes, até mesmo as cepas dormentes. A descoberta é uma promessa de cura.

A pesquisa ainda está em fase pré-clínica, e foi feita com camundongos. Os cientistas estão trabalhando no refinamento de uma técnica desenvolvida em 2017, e conseguiram resultados melhores que os anteriores.





O HIV foi o vírus responsável pela última pandemia que assolou o planeta. Surgida na década de 1980, a AIDS ainda hoje é um problema, principalmente em países africanos. Mas graças ao trabalho insistente de pesquisadores, já existe tratamento.

Com um coquetel de medicamentos, é possível manter o vírus sob controle, evitando que ele se reproduza no corpo e cause a AIDS. Mas os remédios disponíveis não matam todos os patógenos do organismo, apenas o suficiente para garantir qualidade de vida para o paciente, e impedir a transmissão.

Isso acontece porque o HIV é capaz de entrar em um estado de dormência no qual ele não é percebido pelos anticorpos fortalecidos pelos medicamentos. E se o paciente interrompe o tratamento, essa reserva de vírus é capaz de reinfectar rapidamente todo o corpo. Por isso, hoje, os portadores de HIV dependem do coquetel pelo resto da vida.

Chutar e matar

A técnica desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles contou com criatividade para encontrar uma alternativa de manobrar esse mecanismo de autoproteção do vírus.

Batizada por eles de "kick and kill" ("chutar e matar"), eles usam uma molécula que é capaz de acordar o vírus dormente — o chute, "kick" —, que fica vulnerável para a ação dos anticorpos — que o matarão, "kill".

Em 2017, a descoberta inicial havia sido publicada na revista PLOS Pathogens. Agora, na revista científica Nature Communications, uma versão refinada do tratamento foi anunciada. Na nova terapia são feitas injeções de células saudáveis que ajudam o combate do vírus.

Os resultados foram muito promissores e representam mais um avanço no tratamento do HIV. Na pesquisa, o vírus foi completamente eliminado de 40% dos roedores do experimento. Analisando o baço desses animais — esconderijo favorito do patógeno —, não encontraram nenhum invasor.

Jocely Kim, professora de medicina e autora do estudo, diz em nota emitida pela universidade que o próximo objetivo é refinar ainda mais a abordagem. Ela tem a ambição de eliminar o HIV em 100% dos camundongos testados.

“Também vamos mover essa pesquisa para estudos pré-clínicos em primatas não humanos com o objetivo final de testar a mesma abordagem em humanos”, afirma Kim.


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