A invenção do papel foi um acontecimento que ocorreu há muito tempo e os processos para o seu fabrico têm vindo a ser trabalhados ao longo dos séculos.
Vários povos, em diferentes regiões do mundo e com métodos e matérias-primas diferentes, foram criando os “percursores” do papel, sendo o papiro o mais conhecido.
Nos Himalaias e no Sueste Asiático através do cozimento de fibras do “liber” (casca interior) de certas árvores e arbustos. Estas fibras eram estendidas com martelos de madeira até formarem uma camada delgada, depois era-lhes misturada água para formar uma pasta e finalmente espalhava-se essa pasta uniformemente com a mão sobre um pano e deixava-se secar. Depois de seca, transformava-se numa folha que se separava do tecido e não necessitava de mais tratamentos até ser utilizada.
Há registos na China, de que se começou a fabricar papel a partir de desperdícios têxteis, (trapos), ainda durante os primeiros anos da Era Cristã. Estas técnicas de fabrico de papel que foram sendo aperfeiçoadas pelos chineses, passaram rapidamente à Coreia e foram introduzidas no Japão no ano 610 D.C.
O conhecimento da maneira de fazer papel espalhou-se rapidamente pela Ásia Central e Tibete e daí passou à Índia. Os árabes, na sua expansão para o Oriente, tomaram contacto com a produção deste novo material e instalaram fábricas de papel em Bagdad, Damasco, Cairo e, mais tarde, em Marrocos, na Espanha e na Sicília, utilizando quase exclusivamente trapos.
Depois das primeiras produções na Itália e na Alemanha, o fabrico do papel foi-se generalizando e as técnicas foram sendo aperfeiçoadas. O progresso técnico continuou na Europa, tendo o incremento no fabrico de papel durante e após o século XVI, por influência da “Reforma” e da impressão com caracteres móveis, conduzido a uma grave escassez da matéria-prima e à regulamentação do comércio do trapo.
A introdução das primeiras máquinas de papel verdadeiramente eficientes a partir de 1825 agravou esta situação. A procura sistemática de substitutos para o trapo durante e após o século XVIII pouco sucesso teve. A palha foi uma hipótese, mas não conseguiu impor-se devido à baixa qualidade do papel produzido. Somente a invenção da pasta mecânica de madeira pelo alemão Keller e da pasta química (primeiras patentes em 1854: Mellier Watt) vieram resolver este problema.
Pode dizer-se que, só depois de 1840, se deram os passos necessários para a substituição definitiva dos trapos e para uma produção mais eficiente e aperfeiçoada. Após 1860, com a introdução da electricidade na indústria, foi –possível aperfeiçoar as máquinas e produzir pastas mecânicas e químicas de celulose e diferentes tipos de papel e cartão.
Em 1950, houve alterações profundas na diversificação dos produtos e na organização das empresas e internacionalização do comércio do papel e cartão, bem como na responsabilização ambiental da actividade com melhoria dos seus desempenhos.
Em Portugal, a produção de papel teve início em finais do Séc.XIV, no entanto, as primeiras fábricas só apareceram no início do Séc. XVIII. Foi ainda o primeiro país a produzir pastas químicas de eucalipto: ao sulfito em 1923; ao sulfato em 1957.
A Celpa actualmente congrega 9 associados da Indústria Papeleira Portuguesa, que com sete unidades industriais, produzem, do universo nacional, 100% da produção nacional de pastas para papel de fibra virgem e cerca de 80% da produção nacional de papéis.
http://www.celpa.pt/historia-do-papel/
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comente de forma construtiva...
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.