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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

A primeira ciberguerra mundial

Assistimos desde há poucos dias e pela primeira vez a nível mundial a uma guerra cibernética paralelamente à guerra convencional, sem qualquer precedente.

Estrategicamente, as forças russas reposicionaram os seus serviços e grupos de ação informática num novo teatro de operações, a Ucrânia, deixando os fóruns da DarkNet vazios da sua presença.

Disse há uns dias na CNN que Portugal, Espanha e Polónia estavam na mira de agentes nocivos que estão agora mais escondidos que os atores normais na DeepWeb. Disse também que a Força Rápida da Nato tinha precisamente recursos militares desses países em preparação para integrar esse contingente; havíamos acabado de ver a Vodafone vítima de um ataque, precedido do ataque à T-Mobile na Polónia e à Movistar em Espanha.

Pode parecer algo saído de um jogo de computador destes mais recentes onde se enfrentam milhares de pessoas num servidor, mas não o é, é a nossa Europa

À altura, nada mais era que um ensaio estratégico e uma espécie de alerta à navegação que ninguém iria conseguir fazer frente ao ciber-exército Moscovita, e estavam certos.

Hoje, precisamente 14 dias depois deste meu raciocínio e 5 dias depois de um ataque de negação massiva aos 70 principais websites ucranianos, acordamos para uma Ucrânia que não consegue fazer um direto para o Facebook. Uma Ucrânia que não consegue ter os seus jornalistas a fazer diretos com vídeo sobre IP. Uma Ucrânia que não consegue ir ao website das finanças, da segurança social, do seu SNS e do governo. Uma Ucrânia que tenta a todo o custo manter as suas redes informáticas disponíveis para manter em alta a moral e os serviços. Uma Ucrânia que já começou a perder aeroportos. Uma Ucrânia bombardeada e porquê?
 
Porque para infligir medo nas populações basta interromper uma das suas maiores liberdades, o poder mostrar o mundo que nos rodeia pelas redes sociais o que vemos com os nossos olhos. Porque para parar um país em 2022 basta não deixar acontecer um simples clique.
 
Nada disto é por acaso e é certo que foi estrategicamente pensado, uma vez que a Ucrânia está às cegas depois de ver a sua estrutura de radar bombardeada. O inimigo sabe que smartphones por todo o lado são olhos em todo o lado e que assim são observados pelo mundo. Como estes equipamentos e a forma como eles comunicam são uma verdadeira autoestrada de informações, há que entupir a mesma com DDOS.

O que veremos a seguir será uma lição de Segurança Informática para todos os países.

O que veremos a seguir será o acordar das nações no que toca à cibersegurança.






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