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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Capacete com IA será enviado ao espaço para medir efeitos da microgravidade no cérebro

Os astronautas da Axiom-1 (AX-1), a primeira missão espacial totalmente privada do mundo, serão enviados para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em breve. E, na bagagem, eles levarão um item um tanto curioso: um fone de ouvido, do tipo headset, com eletroencefalografia. O objetivo é a realização de um experimente inédito que irá analisar a atividade neurológica dos astronautas para entender como a microgravidade afeta o cérebro.

Embora esses profissionais sejam acompanhados para monitoramento de mudanças fisiológicas - da frequência cardíaca à massa muscular -  atualmente não há dados suficientes, e de alta qualidade, sobre as mudanças neurais que ocorrem durante as missões espaciais, informa o portal The Next Web.



“Em futuras missões, as jornadas durarão muito mais e os efeitos da microgravidade na condição dos astronautas terão um grande impacto”, disse Yair Levy, CEO da brain.space, fabricante do equipamento. “Então, teremos uma ferramenta que pode medir o impacto na cognição – e podemos inventar ferramentas que podem recuperar a capacidade cognitiva durante a missão.”
Experimento será dividido em duas etapas
Estudos neurais realizados anteriormente no espaço usavam sistemas de eletroencefalografia (EEG) baseados em gel de baixa resolução. O problema é que eles eram complexos de configurar e apenas mediam sinais cerebrais básicos.
No fone da brain.space, este gel foi substituído por um sistema seco composto por cerca de 500 sensores que parecem pincéis minúsculos. A empresa afirma que isso o torna mais fácil de ser utilizado e também mais eficaz.
O sistema do dispositivo usa EEG para captar pequenos sinais elétricos produzidos quando os neurônios do cérebro se comunicam entre si. A inteligência artificial do equipamento, então, interpreta os dados. Aqui na Terra, a tecnologia já foi utilizada para medições básicas da cognição dos astronautas.
Cada um dos três membros da tripulação do AX-1 usará o equipamento por três períodos de 20 minutos durante a missão de 8 dias. Os dados coletados em órbita serão transferidos para os pesquisadores da brain.space e da Universidade Ben-Gurion, em Israel, após cada sessão para análise.
Mas o experimento não acabará quando eles retornarem à Terra. Uma vez em casa, os mesmos procedimentos serão realizados para avaliar os efeitos posteriores da microgravidade.
Por enquanto, a empresa responsável por este estudo está focada em preparar o cérebro para viagens espaciais de longo prazo e vida fora do mundo. No futuro, no entanto, espera que ele se junte à lista de projetos espaciais que melhoraram a vida na Terra.




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