O GPS mencionado dá-nos as variáveis e as relações individuais e coletivas do jogo: dez jogadores com esta tecnologia traçam um desenho de como se ligam e que pontos e distâncias percorrem no campo. Isto permite ao treinador analisar, ainda que à posteriori, se a sua interligação vai ao encontro do desenho pretendido, procurando depois otimizar rendimentos com vista a estreitar a relação treino-jogo idealizada. Claro que este sistema não é indicador de vitórias, mas ajuda a perceber até onde se pode ir para controlar o jogador e definir o que se pretende dele a nível fisíco e táctico, melhorando assim o seu perfil de rendimento.
A distância precorrida e local do campo onde é realizada, as acelarações e desacelarações e a que ritmo são feitas, mais a frequência cardíaca dão-nos indicadores de como podemos aproximar cada vez mais o treino do jogo. Esta medida, por parte da FIFA, extende a sua preocupação para além da qualidade do espetáculo, procurando também minimizar o risco de lesões. Melhor que isto só um “aparelho medidor de tensão emocional”, uma área virgem na realidade futebolística.
Existem defensores de que os lances polémicos no jogo no futuro devem ser monitorizados e analisados em tempo real para ajudarem os árbitros a tomarem a decisão mais acertada; mas o futebol não pode perder a sua essência, a sua imprevisibilidade. Deixariamos assim de ter o debate de escárnio e mal dizer de comentadores (que de tecnologia percebem muito, mas da essência do jogo percebem pouco) durante a semana. Mas o jogo teria pausas intermináveis, pois podiam ser tantos os lances que matariam a velocidade a que o futebol é jogado, afastando os adeptos dos estádios.
O futebol no seu estado puro seduz-nos simplesmente com a bola que bate no poste e entra, ou que bate no poste e vai fora, colocando toda a tecnologia para segundo plano.
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