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quinta-feira, 31 de março de 2022

Investigadores portugueses tentam prolongar a vida útil dos morangos

Quem nunca passou pela experiência de comprar uns morangos com ótimo aspeto no supermercado, ou na mercearia, e passadas poucas horas alguns deles começarem a ficar podres, com um feio bolor cinzento em redor? Para a esmagadora maioria dos consumidores, essa é uma sensação conhecida. E o culpado tem nome: Botrytis cinerea.

As doenças causadas por fungos levam à perda de cerca de 23% da produção agrícola global e o Botrytis cinerea, em particular, "é um dos fungos patogénicos mais devastadores para as plantas e leva a quebras económicas estimadas em mais de 9 mil milhões de euros anuais em todo o mundo", explica a agrónoma Susana Carvalho. Professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), e Investigadora do GreenUPorto - Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável, lidera um projeto que tem como objetivo precisamente "entender e controlar" o desenvolvimento e patogenicidade deste fungo, responsável por grandes quebras em toda a cadeia de frutas e legumes "desde o produtor ao consumidor", e encontrar uma solução mais eficaz e sustentável do que os atuais produtos químicos utilizados para combater esta ameaça.

Apesar de o morango ser, possivelmente, o fruto onde este fenómeno é mais visível, por se tratar de um fruto "muito suscetível e com vida útil de prateleira muito curta", a verdade é que o Botrytis cinerea pode infetar "quase 500 espécies de plantas, entre as quais se incluem culturas tão importantes quanto a vinha, tomate, kiwi, framboesa e outros pequenos frutos", refere a investigadora. "É um fungo muito resistente e que não é específico para um hospedeiro, pode atacar várias espécies de plantas."

Uma outra particularidade deste fungo é que "apesar de também estar presente em frutos verdes, é nos frutos maduros que este se desenvolve de forma acelerada", precisa a docente, em conversa com o DN. "Os sintomas podem começar a ser detetados ainda na planta, mas é preciso muita atenção", acrescenta, explicando que os esporos deste fungo se espalham muito rapidamente e ficam latentes até à fase de amadurecimento do fruto, ganhando então expressão na forma de um bolor cinzento que o apodrece.

https://www.dn.pt/sociedade/investigadores-portugueses-tentam-prolongar-a-vida-util-dos-morangos-14582342.html

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