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sábado, 23 de abril de 2022

Banco do Canadá recorre à computação quântica para simular adoção de criptomoedas

Modelo da startup Multiverse Computing pode simular 1 octilhão de cenários possíveis em 30 minutos prevendo adoção de criptomoedas.

Ocupando teoricamente mundos econômicos distintos sob a ótica dos governos e dos sistemas financeiros tradicionais, a convivência entre as criptomoedas e as moedas fiduciárias ainda despertam dúvidas e incertezas quando o assunto é a adoção dos criptoativos. Em busca de “prever este futuro”, o Banco do Canadá recorreu à computação quântica para simular o comportamento da economia em caso da utilização de criptomoedas e moedas fiduciárias em um mesmo sistema. 

A pesquisa foi desenvolvida pela empresa Multiverse Computing,  já que o modelo utilizado pela startup é capaz de simular 1 octilhão (10 seguido por 30 zeros) de cenários possíveis em meia hora. 

Estamos orgulhosos de ser um parceiro confiável do primeiro banco central do G7 a explorar a modelagem de redes complexas e criptomoedas por meio do uso da computação quântica. Os resultados da simulação são muito intrigantes e perspicazes, pois as partes interessadas consideram mais pesquisas no domínio. Graças ao algoritmo que desenvolvemos em conjunto com nossos parceiros do Banco do Canadá, conseguimos modelar um sistema complexo de maneira confiável e precisa, considerando o estado atual dos recursos de computação quântica, disse o CTO da Multiverse Computing, Samuel Mugel.

O executivo revelou que a startup usou um computador quântico de recozimento da D-Wave e que a combinação conseguiu liderar redes financeiras de 8 a 10 players com 2^90 (1 octilhão) de  configurações de rede possíveis. Ele disse ainda que as abordagens clássicas de computação não conseguem solucionar grandes redes na prática, pois uma rede com 15 players, por exemplo, requer segundo ele, “tantos recursos quantos são os átomos no universo.”

A empresa já concluiu a primeira fase de testes, no caso a prova de conceito, que combina dados blockchain da stablecoin Tether (USDT) e dados públicos de dez grandes instituições financeiras, além de consultas a especialistas de dois grandes bancos canadenses. A escolha do USDT também está relacionada à multiplicidade de cenários de mercado que a stablecoin atravessou desde a sua criação, em 2014. 

Segundo o Banco do Canadá, a maioria dos cenários revelou uma relativa rapidez de adoção por parte das instituições financeira em razão de um conhecimento inicial sobre a conversão entre as moedas fiduciárias e as criptomoedas, além do custo de conversão. As simulações também avaliaram o potencial dos bancos de reduzirem as taxas de transferência eletrônica para competirem com as baixas transações do uso das criptomoedas. 

Queríamos testar o poder da computação quântica em um caso de pesquisa difícil de resolver usando técnicas de computação clássicas. Essa colaboração nos ajudou a aprender mais sobre como a computação quântica pode fornecer novos insights sobre problemas econômicos, realizando simulações complexas em hardware quântico, disse a diretora de ciência de dados do Banco do Canadá, Maryam Haghighi.

O estudo sugeriu ainda que, em relação a algumas indústrias, os criptoativos seriam capazes de compartilhar o mercado de pagamentos com transferências bancárias tradicionais e instrumentos semelhantes a dinheiro.

A computação quântica faz parte de um rol de tecnologias disruptivas que também são integradas pela blockchain com impulsionadoras do mercado nos próximos anos segundo o ‘Tech Trends 2022’, um estudo anual da Deloitte apresentando insights e percepções para tomadas de decisões nos negócios, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

Consultado a: 23\04\2022
https://cointelegraph.com.br/news/bank-of-canada-turns-to-quantum-computing-to-simulate-cryptocurrency-adoption

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