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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Como a inteligência artificial do futuro poderá se conectar ao cérebro

cérebro humano pode funcionar como um clássico sistema binário, graças às características estruturais de suas proteínas responsáveis pelas sinapses cerebrais. É o que afirma o médico ucraniano Oleksandr Kostikov, pesquisador de sistemas moleculares do neocórtex humano e o conceito teórico de inteligência, em artigo no site The Next Web.

Segundo o especialista, essa informação abre um leque de oportunidades para novos usos da inteligência artificial (que é construída com complexos eletrônicos verticalmente controlados e opera usando algoritmos de complexidade variada). Um fator em comum nos sistemas de computação eletrônica é a centralização do controle.

Kostikov propõe a integração da inteligência artificial com o cérebro humano para criar uma espécie de simbiose tecnológica, argumentando que esse pode ser o método mais rápido e efetivo de modernizar os sistemas inteligentes.

Ele prevê que o novo tipo de inteligência artificial será um híbrido bioeletrônico, no qual um cérebro humano vivo e uma máquina trabalharão juntos em um sistema duplo complementar. Ou seja, os neurônios poderão estar diretamente conectados a um computador. Ambos os componentes se reforçarão, criando algo completamente novo e inusitado.

Embora a descoberta seja promissora, ainda há poucas tentativas certeiras de criar uma interface para a nova tecnologia, sendo a Neuralink, de Elon Musk, uma das mais famosas. Segundo o médico, o fracasso desses projetos se deve ao fato de serem adotados o método tradicional da cirurgia e do uso de cabos, que não são capazes de se adequar às individualidades de cada cérebro.

Para ele, a solução é um modelo em que as partes de transmissão e recepção da interface do neurocomputador estejam completamente separadas, quase como dois mecanismos de comunicação diferentes.

A recepção, responsável por registrar o sinal biológico, seria feita por uma rede de “beacons” (dispositivos emissores de Bluetooth) integrados às moléculas do cérebro e controlados remotamente por um scanner externo. Esses aparelhos emitem sinais na presença de uma atividade neurológica e podem ser aplicados por meio de uma injeção intravenosa, sem exigir cirurgia. Isso permite que a experiência não seja invasiva ao organismo humano.

Já a transmissão seria realizada remotamente em uma outra rede de beacons, como registros de pontos de orientação (“endereços dos neurônios”) e fontes de feedback. Para funcionar com os dispositivos de Bluetooth, o sinal transmitido não deve ser de natureza eletrônica, o que permitirá gerar um sinal artificial idêntico ao impulso nervoso.

O cérebro e a máquina trocariam informações usando um conjunto de impulsos imediatos. Como resultado, mexer em um computador deixaria de ser uma simples interação com a tecnologia para se tornar um trabalho com a intuição. A adaptação mútua de componentes (cérebro e máquina) levará tempo para o usuário (de vários meses a um ano), mas permitirá ir além da barreira do idioma e até da alfabetização. Ao contrário dos computadores modernos, mesmo uma pessoa que não sabe ler e escrever poderá usar o sistema de IA pessoal.








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